sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Psiquiatria - Medicina - Diagnóstico e Terapia - Parte 1

Fonte: Livro: Psiquiatria-Medicina-Diagnóstico e Terapia __ W.Schulte, ex-Diretor da Clínica Neurológica da Universidade de Tubinguen ___ R.Tolle - Diretor da Clínica Neurológica e Psiquiátrica da Westfalischen - Wilhelms-Universitat de Munster. Um livro bastante eclético que oferece uma visão ampla e profunda da psiquiatria atual.  Os autores deste livro são figuras de destaque na psiquiatria alemã, este livro é acessível aos estudantes e técnicos ligados à psiquiatria; Muitas partes do livro foram adaptadas ao nosso país, como por exemplo os medicamentos empregados na terapêutica psiquiátrica.   __ A. Disciplinas do estudo das doenças nervosas: A psiquiatria é o conjunto de estudos das doenças psíquicas.  Dentro deste contexto, extinguimos várias disciplinas.(...).   Usar o termo " psicologia médica " no lugar de " psiquiatria " constitui um erro, tendo em vista que a psiquiatria engloba muito mais do que um procedimento psicológico. ___ (...) A psiquiatria clínica é especificamente a ciência das doenças; ocupa-se ela da etiologia, sintomatologia, sistemática (nosologia), diagnóstico, prevenção e terapia.   ___ A psicopatologia geral aborda as várias manifestações na anormalidade ou morbidez da vida psíquica (...), a psicopatologia especial confunde-se com a sintomatologia da psiquiatria clínica.   ___ A psicologia é a ciência do procedimento mental normal, incluindo sua aplicação prática (...), além da psicologia geral e experimental, são de interesse médico a psicologia do desenvolvimento e o estudo da personalidade.   ___ A psicologia médica não é uma disciplina científica isolada, e sim, um apanhado geral dos setores mais importantes da psicologia de interesse para o médico, numa perspectiva médico-psiquiátrica com especial consideração a uma proposição biológica.    ___ A psicologia clínica se ocupa da aplicação da psicologia na medicina, sendo parte da psicologia aplicada, e trata do exame psicológico (métodos de testes ) e da orientação sobre o relacionamento com o doente, não só mental, partindo dos conhecimentos psicológicos.  Atualmente vem aumentando a participação do psicólogo na elaboração do diagnóstico, na assistência e tratamento do paciente psiquiátrico.  A psicologia clínica é entendida, hoje em dia, de um modo mais amplo que antigamente, estendendo sua função para o aconselhamento psicológico nas várias etapas da vida.   ___ A psicologia profunda aborda a estrutura dinâmico-energética do inconsciente.  A primeira e principal doutrina sobre psicologia profunda é a psicanálise de S. Freud.  Os diversos rumos de pesquisa nesta área são atualmente reunidos sob a denominação psicodinâmica.    ___ A psicoterapia é o tratamento com recursos psíquicos, constituindo, portanto, um setor da terapia psiquiátrica.  A psicoterapia foi usada inicialmente nas neuroses e posteriormente também nos distúrbios psicossomáticos e nas psicoses.  Os métodos são vários(...).    ___ Psicossomática é a denominação que se dá ao estudo das relações entre o fenômeno somático e o psíquico, de um modo geral (problema corpo-alma).  Incluindo a pesquisa experimental destas relações, e, de outro lado, o estudo das doenças orgânicas determinadas parcial ou totalmente pela psique ( numa definição mais precisa: doenças com alterações orgânicas morfológicas condicionadas parcial ou totalmente pelo psiquismo).  As doenças psicossomáticas, principalmente a asma brônquica, úlcera gastroduodenal, retocolite ulcerativa, cardiofobias, angina do peito e hipertensão essencial pertencem mais à medicina geral do que à psiquiatria.  Atualmente, a medicina psicossomática não se restringe a estas doenças, mas dirige o seu interesse ao aspecto psicossomático da doença em si (...)Psicossomática é, finalmente, a medicina no seu todo.(...).   ___ A psiquiatria social se ocupa, na teoria e na prática, com as relações existentes entre o doente psiquiátrico e a sociedade(...).    ___ A psiquiatria transcultural (também chamada psiquiatria comparativa e cross cultural psychiatry), intimamente ligada à etiologia e à antropologia cultural, pesquisa os acontecimentos culturais e sociológicos em grupos populacionais isolados e sua importância no desenvolvimento e formação dos distúrbios psíquicos.(...).    ___ Psiquiatria biológica é a denominação global para as metas biológicas de trabalho em psiquiatria.  Tal como a psiquiatria social, a psicofarmacologia...    ___ A psicofisiologia examina as relações fisiológicas e psicológicas, ou as ocorrências psicopatológicas(...).    ___ A psicofarmacologia se ocupa com a influência exercida pelos fármacos sobre os processos psíquicos(...).    ___ A psiquiatria infantil e da adolescência ("pedopsiquiatria") tem como objetivo a patologia do desenvolvimento, bem como a clínica dos distúrbios psíquicos da criança, desde o recém-nascido (lactante)(...).  Por um lado, ela se fundamenta na pediatria e neurologia e, por outro lado, recebe suas características da psicologia da evolução, da psicologia profunda bem como da pedagogia terapêutica.  O tratamento e o aconselhamento são aplicados não apenas à criança ou ao jovem, mas estendem-se aos pais e educadores.  Esta disciplina se firmou nas pesquisas de instituições apropriadas.  A psiquiatria do adolescente necessita ainda de uma ampliação sistemática.   ___ A psiquiatria geriátrica (gerontopsiquiatria) dedica-se às psicoses senis, aos processos degenerativos e às crises das faixas etárias mais avançadas.  Ela ainda não é tão comum e corriqueira como a psiquiatria infantil e da adolescência, no que diz respeito à pesquisa e aplicação prática.   ___ A psiquiatria forense (psiquiatria jurídica), baseada em distúrbios psíquicos, examina- se em determinado momento estavam suprimidas ou suspensas a responsabilidade (no direito penal) ou a capacidade de decisão (no direito civil).  Ela se ocupa também com a reabilitação de infratores portadores de doença mental.  Apresenta ainda, afinidade com a criminologia, cujo campo de pesquisa, no entanto, se estende aos indivíduos psiquicamente sadios.   ___ A neurologia é o estudo das doenças que acometem o sistema nervoso central, periférico e autônomo (incluindo algumas miopatias), nas quais os distúrbios psíquicos não estão em primeiro plano.  A neurocirurgia, incluindo a estereotaxia, pode ser denominada neurologia cirúrgica, englobando também a assim chamada psicocirurgia.  A psiquiatria e a neurologia são ciências afins, com superposições clínicas e com os mesmos métodos de exame e pesquisa que já foram mencionados no parágrafo referente à psiquiatria biológica.  

TRAILER - AS CORES DA UTOPIA - Reginaldo Bonfim

TRAILER "AS CORES DA UTOPIA" - Reginaldo Bonfim

Reginaldo Bonfim




Reginaldo Bonfim, portador de esquizofrenia, artista plástico baiano, negro, como boa parte da população de salvador, de origem humilde como a maior parcela da população brasileira é um autêntico exemplo de que a arte pode ou poderia transformar realidades e servir como propósito de vida.  Bonfim começou a pintar com 5 anos de idade, cursou 4 anos na Escola de Belas Artes de salvador.  Suas pinturas foram expostas em galerias de Salvador, São Paulo e Rio de janeiro.  Mas, submetido a condições desumanas no eixo-Rio-São Paulo, logo a doença mental se manifestou, sendo agravada pela internação involuntária a que pessoas alheias à sua família  o expuseram.  De volta a sua terra natal, passou a ser discriminado e começou a pintar nas ruas, mais habitualmente no Terreiro de Jesus, Pelourinho, centro histórico da capital baiana onde abusando de sua condição, pessoas inescrupulosas o enganavam, pagando valores irrisórios por seus trabalhos.  Reginaldo Bonfim, portador de esquizofrenia coloca em evidência a polêmica relação entre os conceitos de loucura e normalidade tal como utilizados pela sociedade contemporânea.  " As Cores da Utopia " - longa metragem, produção independente, dirigida pelo psicólogo, mestre em filosofia, bacharel em direito, pesquisador na área de saúde mental, Julio Nascimento fez um questionamento sobre a noção de " normalidade '.  O documentário contribui para desmitificar a visão preconceituosa que desfigura a pessoa portadora de esquizofrenia.  

Yospie Cardoso



Yospie Cardoso, norte-americano, com 7 anos de idade começou a apresentar comportamentos estranhos e foi diagnosticado com esquizofrenia.  Passou boa parte de sua infância e juventude recebendo tratamentos em hospitais.  A esquizofrenia é uma doença hereditária e consiste em uma dificuldade de distinguir o que é real daquilo que não o é.  E até hoje, ele luta contra alucinações, paranoia, ansiedade, medo e raiva, são sensações controladas pelo medicamento, mas muito difícil desaparecer por completo.  A motivação principal de fazer o ensaio fotográfico veio de seus 3 filhos; como a doença é hereditária, é possível que um deles possa apresentar a doença.  Yospie Cardoso diz que fez por eles porque sabe o quão é difícil é.  Lutou a vida toda com a doença e a última coisa que deseja é que seus filhos tenham dificuldades ou pensem estar só; porque é assim que ele sentia.  A razão de Cardoso pelo qual começou a documentar é porque a fotografia permite que ele pense de uma maneira o qual não está acostumado  e é o que ele sabe fazer de melhor.

Rafael Matos






Rafael Matos - artista brasileiro diagnosticado com esquizofrenia, paciente há mais de dez anos do Hospital Psiquiátrico de Jurujuba.  Retratou em telas com carvão e papel seco revelando sua inspiração surrealista com figuras humanas, cachorros, bois e cavalos.  O artista favoritou um dos seus quadros que ele segura a mão de sua antiga psicóloga e na mesma tela, ela aparece junto ao marido e à filha.  Rafael Matos teve o primeiro contato com a arte aos 5 anos, depois do falecimento dos avós e a venda de sua casa passou a dormir nas ruas e foi com a ajuda da arte, vendendo seus quadros conseguiu sobreviver.  Ao chegar no Hospital Psiquiátrico, os profissionais perceberam a afinidade de Matos com a arte, o que o motivou a criação de um ateliê lá dentro onde ele vive até hoje.  Logo depois o artista se aprofundou  no seu desenho na arte de animação, a arte é a sua principal terapia. 

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Loucura e genialidade - parte 4



Thomas Chatterton (1752-1770) foi um poeta britânico, ficou conhecido pelas suas poesias escritas no estilo medieval e pelo fato de ter cometido suicídio com apenas 17 anos.   Thomas quando criança detestava brincadeiras e passava horas em contemplação, desconfiou-se que o filho fosse retardado; sua mãe viúva desde antes do seu nascimento que administrava uma escola para crianças, mas ela reconheceu, no entanto, que se tratava do oposto e ensinou-lhe a ler.  O maior talento de Thomas mostrou-se na escrita e aos 11 anos já escrevia regularmente para a Bristol Journal.  Em 1768 Chatterton publicou no jornal o poema Elinoure and Juga, que ele anunciou como obra de um monge do século XV de nome Thomas Rowley.  Na verdade a poesia era dele, mas Chatterton manteve a farsa e explicou que tinha descoberto o manuscrito perdido numa igreja de Bristol.   A obra fez sucesso e Thomas publicou An Excelente Balade of Charitie e outros poemas de Rowley, sem nunca assumir a verdadeira autoria.  Em 1970, Chatterton mudou-se para Londres para fazer a vida como poeta e jornalista.  Escreveu algumas sátiras políticas em prosa e verso e ganhou alguma notoriedade por ser capaz de copiar qualquer estilo literário.  No entanto, o talento não foi suficiente  para lhe trazer o sucesso imediato que a sua ambição pedia.   Em junho, Chatterton viu outra das suas composições medievais ser rejeitada para a publicação.  Sem meios para se sustentar, nem esperança para um futuro melhor, acabou por se envenenar com arsênico pouco antes de completar 18 anos.  Depois da sua trágica morte, o seu pseudônimo Thomas Rowley adquiriu credibilidade.  A coleção completa foi publicada em 1777 com prefácio de Thomas Tyrwhitt, um perito em chaucer que acreditava na sua autencidade.  Rowley chegou a aparecer como poeta medieval na História de Poesia Inglesa de Thomas Wharton (1778), embora na segunda edição aparece já um comentário que discute sua idade.  Chatterton só foi universalmente reconhecido como o responsável pela invenção do monge Rowley no século dezenove.  Os seus papéis pessoais, recortes de artigos de jornal e restante espólio fazem parte da coleção do Museu Britânico.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Loucura e genialidade - parte 3

John Forbes Nash - matemático, esquizofrênico, paranoico e um gênio; ganhou o Nobel de matemática, reconhecido mundialmente (tenho o livro e o filme sobre ele e achei emocionante).   " As minhas ideias sobrenaturais vieram da mesma maneira que as matemáticas.  Por isso, decidi levar as duas igualmente a sério. "  John Nash

Loucura e genialidade - parte 2



Um pouquinho sobre Virgínia Woolf - escritora, ensaísta e editora britânica (1882;1941), apresentava crises depressivas, deixou um bilhete para seu marido, Leonard Woolf e para sua irmã, neste bilhete ela se despede das pessoas que mais amara na vida:  " Querido, tenho certeza que enlouquecerei novamente.  Sinto que não podemos passar por outro daqueles tempos terríveis.  E, desta vez, não vou me recuperar.   Começo a escutar vozes e não consigo me concentrar.  Por isso estou fazendo o que me parece ser a melhor coisa a fazer.  Você tem me dado a maior felicidade possível.  Você tem sido, em todos os aspectos tudo o que alguém poderia ser.   Não acho que duas pessoas poderiam ter sido mais felizes, até a chegada dessa terrível doença.  Não consigo mais lutar.  Sei que estou estragando a sua vida, que sem mim você poderia trabalhar.  E você vai, eu sei.  Veja que nem sequer consigo escrever isso apropriadamente .  Não consigo ler.   O que quero dizer é que devo toda a felicidade da minha vida à você.   Você tem sido inteiramente paciente comigo e incrivelmente bom.  Quero dizer que - todo mundo sabe disso.  Se alguém pudesse me salvar teria sido você.  Tudo se foi para mim, menos a certeza da sua bondade.  Não posso continuar a estragar a sua vida.  Não creio que duas pessoas poderiam ter sido mais felizes do que nós. "  Assinado: Virgínia Woolf    __ A obra de Adeline Virgínia Woolf é classificada como modernista.  Psicanalistas e biógrafos descrevem que os meio-irmãos da escritora a abusaram ou pelo menos tocaram de forma um tanto imoral, o que, poderia ter causado a doença maníaco depressiva, agora chamada de transtorno bipolar.  Também o pai de Virgínia Woolf era conhecido por sofrer de estresse, insônia, dores de cabeça, ansiedade.  Sua mãe morreu quando ela tinha 13 anos, sofreu seu primeiro colapso mental.   Em 1941, com o estopim da Segunda Guerra Mundial, a destruição da sua casa em Londres e a fria recepção da crítica à sua biografia do seu amigo Roger Fry, Virgínia foi condicionada ao impedimento de sua escrita e caiu em depressão.  Em 28 de março de 1941, Woolf colocou seu casaco, encheu os bolsos com pedras, caminhou em direção ao Rio Ouse e se afogou.  Seu corpo foi encontrado somente três semanas mais tarde, em 18 de abril de 1941, por um grupo de crianças perto da ponte de Southease.

Loucura e genialidade - parte 1

Hoje vou falar um pouquinho sobre personalidades: loucura e genialidade, mas, antes quero relatar alguém muito íntimo e bem comum que não faz parte da ala dos  grandes gênios da mídia, e sim, apenas sobre um homem comum como todos nós, falo do meu irmão que me adotou juntamente com outros irmãos mais minha mãe.  Meu irmão tem uma hiper inteligência, sempre foi extremamente inteligente, com todos os obstáculos do mundo que ele teve em sua vida, não o afetou, realizou seus grandes e pequenos sonhos, fez várias faculdades, sempre trabalhou (hoje ele é aposentado), mas o caso dele é outro: " Epilepsia ", sofreu preconceitos na época do qual eu ainda era um bebê (trocava minhas fraudas); mas , quando eu era mais grandinha vivenciei a cena da minha mãe com ele tentando ser aceito na igreja dos mórmons do qual ele foi rejeitado e no meu caso já estava sendo difícil de me engolir devido minha cor, e no caso da minha mãe por não ser de alto gabarito rsrs, mas no caso do meu irmão foi  por causa da 'Epilepsia' e outros fatos de preconceito;   entre todos seus conhecimentos a matemática era o seu forte, sempre teve uma expressão lunática, olhar meio que louco, viveu e vive tomando: Gardenal, http://www.medicinanet.com.br/bula/37/gardenal.htm  ( link sobre o remédio), caso meu irmão deixa de tomar o remédio ele tem convulsões, fica completamente retardado, perde noção de tudo, para meu leigo conhecimento, sei que parece ser o rompimento de uma veia do cérebro, é isso, e agora vou falar um pouquinho dos grandes gênios e sua loucura.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Nise da Silveira





Nise da Silveira: psiquiatra de Alagoas, Brasil (1905-1999), se rebelou contra a psiquiatria que aplicava violentos choques para 'ajustar' pessoas e propôs um tratamento humanizado, que usava a arte para reabilitar os pacientes.   A história de Nise da Silveira já foi tema de documentários, em janeiro estrelou o filme " Nise - O Coração da Loucura ", dirigido por Roberto Berliner e estrelado por Glória Pires, o longa é baseado no livro " Nise - Arqueóloga dos Mares " do jornalista Bernardo Horta, fala sobre a psiquiatria e sua defesa da arte como principal ferramenta de reintegração de pacientes chamados "loucos".   Em 1926 Nise era a única mulher em turma de 157 alunos onde se formou na Faculdade de Medicina da Bahia e ainda na graduação apresentou o estudo Ensaio sobre a criminalidade da mulher no Brasil.   " Não se cura além da conta.  Gente curada demais é gente chata.   Todo mundo tem um pouco de loucura.  Vou lhes fazer um pedido: vivam a imaginação, pois ela é a nossa realidade mais profunda.  Felizmente eu nunca convivi com pessoas muito ajuizadas " Nise da Silveira    Em 1934 a 1936 Nise ficou presa durante o Estado Novo, acusada de envolvimento com o comunismo; foi denunciada por uma colega de trabalho que era enfermeira.   No presídio Frei Caneca, ela dividiu a cela com Olga Benário, a militante comunista alemã que na época era casada com Luís Carlos Prestes.   Nise foi citada em um livro do Graciliano Ramos "... Lamentei ver a minha conterrânea fora do mundo, longe da profissão, do hospital, dos seus queridos loucos.   Sabia-se culta e boa.   Rachel de Queiroz me afirmava a grandeza moral daquela pessoinha tímida, sempre a esquivar-se , a reduzir-se , como a escusar-se a tomar espaço. "   Nise da Silveira implementou a terapia ocupacional no manicômio, usou a arte para tratar problemas graves de saúde mental.   Introduziu gatos e cachorros na rotina dos psicóticos, foi um excelente resultado, lia muitos livros e tinha um interesse muito especial pela obra do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung.   Nise escreveu uma carta para Jung pedindo ajuda para interpretar as mandalas que os pacientes desenhavam.   " A configuração de Mandala harmoniosa dentro de um molde rigoroso, detonará intensa mobilização de forças auto-curativas para compensar a desordem interna.  Então pedi para que fotografassem algumas mandalas e as enviei com uma carta para C.G.Jung explicando o que se passava.   Foi um dos atos mais ousados da minha vida. "  Nise da Silveira    Nise foi convidada por Jung em 1957 para estudarem juntos e na volta para o Brasil em 1958, ela criou o Grupo de Estudos C. G. Jung no Rio de Janeiro que coordenou até morrer em 1999.   Fundou a Casa das Palmeiras, a primeira instituição a desenvolver um projeto de desinstitucionalização dos manicômios no Brasil.   Ajudou a escrever a história da psiquiatria.   Em seus 94 anos de vida, a alagoana publicou dez livros e escreveu uma série de artigos científicos.  Nise representa uma resistência atemporal.   

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Melanie Gaydos







Fiquei pasma com essa incrível mulher!  A gente fica preocupada com a beleza exterior, com a aparência, com o visual; principalmente nós mulheres já que vem de berço essa nossa cultura da beleza padronizada, que temos que ser bonitas perfeitas fisicamente e aí eu encontro essa modelo deslumbrante com condição genética rara " Displasia Ectodérmica ".   Os sintomas são ausência de crescimento , anormalidades de cabelo, dentes, dedos das mãos, pés, e unhas.   Também pode envolver deficiência auditiva ou visual, incapacidade de transpirar, pigmentação da pele e outros tipos de problemas ou deficiências.   Poi é, o caso da modelo Melanie Gaydos não é apenas a aparência e sim são deficiências de saúde e mesmo assim Melanie explora e se deixa ser explorada em seu benefício no mundo da arte fotográfica .   Espetacular, gosto desse estilo: Dark, Gótico, Lúdico.   Eita vida louca!!!!  Que bom.

Kate Fenner





Aos 17 ou 18 anos Kate Fenner recebeu o diagnóstico de esquizofrenia, para romper com o estereótipo da doença propagado pela mídia, Kate decidiu usar a arte a seu favor.   Mais informações https://www.elespanol.com/social/20170421/210229214_0.html

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Edvard Munch




No ano de 2013, nos seus 150 anos do nascimento de Munch, a artista Marina Abramovic realizou uma performance na colina de Ekeberg, dentro das comemorações.   Instalou uma moldura do tamanho do quadro original no ponto de inspiração do pintor e chamou 270 pessoas da comunidade para reinterpretarem este grito.   A performance iniciou com a artista num grito de quase 2 minutos.  

Edvard Munch


Edvard Munch é comparado com Van Gogh por algumas pessoas, por ambos serem melodramáticos, usavam a cor e pintavam emoções.   Mas, Munch não teve a vida tão infeliz de Van Gogh e apesar de usar bastante pintura sobre a tela, seus quadros não tem o " impasto " (aquele montão de tinta que quase faz um relevo ) do holandês, além de que Munch foi reconhecido em vida e não morreu sem viver de sua arte.   Munch tinha uma fascinação por pontes, foi um visionário, fez experimentações nos anos 1920 que até hoje se consideram inovadoras como expor seus quadros à ação da neve, da chuva e dos animais selvagens.  Gostava de fazer seus auto-retratos.  

Edvard Munch








" Não basta com, sentar-se a olhar cada objeto e pintá-lo exatamente como você o vê, deve pintá-lo tal e como deve ser - tal e como era, quando o motivo lhe comoveu. "     Na pintura de Munch " Entardecer " (1888), tem um q de impressionismo, mas observando o desenho parece uma paz de espírito, mas não, se vê a irmã do artista que já mostrava os primeiros sinais de uma doença mental que a estava distanciando do mundo.  Na pintura " O Grito ", primeira versão (1893), o personagem pedindo socorro que é o artista Munch, ele se encontrava com uns amigos que estão no fundo da tela, numa colina perto de Oslo, quando sofreu um ataque de pânico.  Mas sua primeira versão do Grito foi pintado em Berlim.   " Estava caminhando com dois amigos.  O sol se pôs.  De repente o céu ficou vermelho como o sangue e senti algo como um toque de melancolia (...).   Senti como se um grande grito infinito atravessasse a natureza. "  .Edvard Munch também trabalhava com xilogravuras (gravuras em madeira), litogravuras (gravura na pedra) e gravuras em metal.   Trabalhava diversas vezes no mesmo tema.   " Não acredito na arte, que não tenha sido imposta pela necessidade de uma pessoa de abrir seu coração ".     " Quando pinto a doença e o vício, isso supõe um saudável desabafo.  É uma reação saudável da qual se pode aprender e segundo a qual se pode viver. "    " Estes quadros são estados de ânimo, impressões da vida espiritual que em conjunto constituem um desenvolvimento dessa luta entre o amor e a mulher denominado amor. "