sexta-feira, 6 de outubro de 2017
Psiquiatria - Medicina - Diagnóstico e Terapia - Parte 1
Reginaldo Bonfim
Reginaldo Bonfim, portador de esquizofrenia, artista plástico baiano, negro, como boa parte da população de salvador, de origem humilde como a maior parcela da população brasileira é um autêntico exemplo de que a arte pode ou poderia transformar realidades e servir como propósito de vida. Bonfim começou a pintar com 5 anos de idade, cursou 4 anos na Escola de Belas Artes de salvador. Suas pinturas foram expostas em galerias de Salvador, São Paulo e Rio de janeiro. Mas, submetido a condições desumanas no eixo-Rio-São Paulo, logo a doença mental se manifestou, sendo agravada pela internação involuntária a que pessoas alheias à sua família o expuseram. De volta a sua terra natal, passou a ser discriminado e começou a pintar nas ruas, mais habitualmente no Terreiro de Jesus, Pelourinho, centro histórico da capital baiana onde abusando de sua condição, pessoas inescrupulosas o enganavam, pagando valores irrisórios por seus trabalhos. Reginaldo Bonfim, portador de esquizofrenia coloca em evidência a polêmica relação entre os conceitos de loucura e normalidade tal como utilizados pela sociedade contemporânea. " As Cores da Utopia " - longa metragem, produção independente, dirigida pelo psicólogo, mestre em filosofia, bacharel em direito, pesquisador na área de saúde mental, Julio Nascimento fez um questionamento sobre a noção de " normalidade '. O documentário contribui para desmitificar a visão preconceituosa que desfigura a pessoa portadora de esquizofrenia.
Yospie Cardoso
Yospie Cardoso, norte-americano, com 7 anos de idade começou a apresentar comportamentos estranhos e foi diagnosticado com esquizofrenia. Passou boa parte de sua infância e juventude recebendo tratamentos em hospitais. A esquizofrenia é uma doença hereditária e consiste em uma dificuldade de distinguir o que é real daquilo que não o é. E até hoje, ele luta contra alucinações, paranoia, ansiedade, medo e raiva, são sensações controladas pelo medicamento, mas muito difícil desaparecer por completo. A motivação principal de fazer o ensaio fotográfico veio de seus 3 filhos; como a doença é hereditária, é possível que um deles possa apresentar a doença. Yospie Cardoso diz que fez por eles porque sabe o quão é difícil é. Lutou a vida toda com a doença e a última coisa que deseja é que seus filhos tenham dificuldades ou pensem estar só; porque é assim que ele sentia. A razão de Cardoso pelo qual começou a documentar é porque a fotografia permite que ele pense de uma maneira o qual não está acostumado e é o que ele sabe fazer de melhor.
Rafael Matos
Rafael Matos - artista brasileiro diagnosticado com esquizofrenia, paciente há mais de dez anos do Hospital Psiquiátrico de Jurujuba. Retratou em telas com carvão e papel seco revelando sua inspiração surrealista com figuras humanas, cachorros, bois e cavalos. O artista favoritou um dos seus quadros que ele segura a mão de sua antiga psicóloga e na mesma tela, ela aparece junto ao marido e à filha. Rafael Matos teve o primeiro contato com a arte aos 5 anos, depois do falecimento dos avós e a venda de sua casa passou a dormir nas ruas e foi com a ajuda da arte, vendendo seus quadros conseguiu sobreviver. Ao chegar no Hospital Psiquiátrico, os profissionais perceberam a afinidade de Matos com a arte, o que o motivou a criação de um ateliê lá dentro onde ele vive até hoje. Logo depois o artista se aprofundou no seu desenho na arte de animação, a arte é a sua principal terapia.
segunda-feira, 2 de outubro de 2017
Loucura e genialidade - parte 4
Thomas Chatterton (1752-1770) foi um poeta britânico, ficou conhecido pelas suas poesias escritas no estilo medieval e pelo fato de ter cometido suicídio com apenas 17 anos. Thomas quando criança detestava brincadeiras e passava horas em contemplação, desconfiou-se que o filho fosse retardado; sua mãe viúva desde antes do seu nascimento que administrava uma escola para crianças, mas ela reconheceu, no entanto, que se tratava do oposto e ensinou-lhe a ler. O maior talento de Thomas mostrou-se na escrita e aos 11 anos já escrevia regularmente para a Bristol Journal. Em 1768 Chatterton publicou no jornal o poema Elinoure and Juga, que ele anunciou como obra de um monge do século XV de nome Thomas Rowley. Na verdade a poesia era dele, mas Chatterton manteve a farsa e explicou que tinha descoberto o manuscrito perdido numa igreja de Bristol. A obra fez sucesso e Thomas publicou An Excelente Balade of Charitie e outros poemas de Rowley, sem nunca assumir a verdadeira autoria. Em 1970, Chatterton mudou-se para Londres para fazer a vida como poeta e jornalista. Escreveu algumas sátiras políticas em prosa e verso e ganhou alguma notoriedade por ser capaz de copiar qualquer estilo literário. No entanto, o talento não foi suficiente para lhe trazer o sucesso imediato que a sua ambição pedia. Em junho, Chatterton viu outra das suas composições medievais ser rejeitada para a publicação. Sem meios para se sustentar, nem esperança para um futuro melhor, acabou por se envenenar com arsênico pouco antes de completar 18 anos. Depois da sua trágica morte, o seu pseudônimo Thomas Rowley adquiriu credibilidade. A coleção completa foi publicada em 1777 com prefácio de Thomas Tyrwhitt, um perito em chaucer que acreditava na sua autencidade. Rowley chegou a aparecer como poeta medieval na História de Poesia Inglesa de Thomas Wharton (1778), embora na segunda edição aparece já um comentário que discute sua idade. Chatterton só foi universalmente reconhecido como o responsável pela invenção do monge Rowley no século dezenove. Os seus papéis pessoais, recortes de artigos de jornal e restante espólio fazem parte da coleção do Museu Britânico.
Assinar:
Postagens (Atom)